“Desadimirável” mundo novo

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| domingo, 24 de abril de 2011
Certas obras tornam-se imortais e isso muitas vezes, na grande maioria, aliás, acontece devido ao assunto do qual estas tratam. Certos temas fazem com que uma discussão travada há 5000 anos, ocorra exatamente da mesma forma hoje e ainda assim será atual. Temas que fazem com que isso seja possível são temas que abordam pontos específicos que, ao longo do tempo, mostraram-se praticamente imutáveis, a natureza humana, a psique humana, o modo como uma sociedade, não importa o tamanho do seu país, se comporta, o modo como somos limitados sob as mais diversas ferramentas. São temas que hoje ainda podem preencher muitas paginas e ainda assim sempre darão o que falar.

O título faz menção a conhecida obra de Aldous Huxley, “Admirável Mundo Novo”, onde numa sociedade ”hipotética” toda a sociedade é pré-condicionada pela via biológica e condicionados pela via psicológica a viverem em harmonia com as leis que são vistas como perfeitas e que regem uma sociedade dividida em castas. Na referida sociedade “hipotética” não existe a ética religiosa e os valores que, junto a outros, são os pilares da ATUAL sociedade. Tal regime de cerceamento é muito eficiente em anular revoltas. Os únicos problemas enfrentados com relação as massas eram algumas dúvidas e inseguranças que eram rapidamente sanadas com o uso da droga chamada “soma”. As crianças recebem educação sexual desde a mais tenra infância e por fim a ideia de família foi totalmente extirpada das entranhas da sociedade. No “mundo novo” aqueles que se assemelham com nossa sociedade vivem em uma colônia, uma espécie de zoo onde todos os pilares, citados e ausentes da nova sociedade, ainda são cultivados.

Essa apresentação das ideias de Huxley serve de gancho e ponto inicial para uma comparação e analogia da nossa realidade.

Nascemos e crescemos sempre sendo podados, nosso Desadimirável mundo novo em nada admira, estamos sempre na mesma situação e o que é novo, na verdade não passa de plágio. Atualmente os ditos pensadores limitam-se a analisar, assim como faço agora, os pensamentos dos verdadeiros pensadores antigos. Somos levados desde crianças a crer que a censura acabou, que somos livres.

Assim como no mundo de Huxley, onde o pré-condicionamento biológico existia, hoje somos tambem pré-condicionados. Na sociedade de Huxley o pré-condicionamento ocorria da seguinte forma, os “indivíduos” eram criados in vitro e desde essa faze suas funções e, por consequência a casta a qual pertenceriam, já era decidida. Para cada função era necessário um determinado nível de desenvolvimento cerebral e tal desenvolvimento era calculado e desenvolvido segundo a quantidade de oxigênio que os embriões recebiam. Na nossa sociedade ocorre exatamente a mesma coisa, como no mundo novo, somos levados a acreditar que as coisas são assim por que são e não há outra maneira de ser, somos levados a nos conformar a achar que nossa situação atual é assim por que tem de ser assim, nos enganam dizendo coisas que nós mesmo repetimos achando que de alguma maneira encontraremos uma maneira diferente e viver. Analogamente ao que ocorre no mundo novo, na nossa realidade a melhor maneira de permanecer no poder é fazendo isso de maneira velada, fazendo de uma forma que todos não percebam, que todos achem que você está ausente, muitos acham que a censura, por exemplo, acabou, que somos livres e que realmente temos espaço para expressar nossa voz.

Ainda analisando e comparando o “novo” mundo com o nosso, posso dizer que nosso “oxigênio” tambem é racionado. A ideia de que tudo está como está por que deve ser assim, se aplica a nossa realidade tambem, de quem nasce no asfalto, espera-se que viva sempre no asfalto, quem nasce em favelas sempre vai viver em favela e mudanças não estão visíveis num horizonte próximo. Como as ditas pessoas bondosas seriam tão bondosas se não tivessem alguém para ajudar? Para que elas sejam boas, é preciso miséria. Não digo que só existem aproveitadores da desgraça alheia, mas os que não o são, quando tentam ajudar, se de alguma maneira não derem lucro, não vão muito longe.

Nosso oxigênio é racionado de diversas maneiras, a mais frequente é a apologia a estupidez, quanto mais burros, mais fáceis de nos controlar. Crianças hoje não são levadas a ler e a serem seletivas para que quando cresçam saibam escolher, as ensinam a grudar na TV vendo imitações da xuxa que são mais decadentes que a original e a serem automatizados, robotizados, onde para todos os problemas existe sempre um medicamento disponível.
O mundo novo não admira, é morto e estático. Até onde os loucos são loucos? Loucos são indivíduos cujo comportamento, seja ruim ou exagerado, não se enquadram no que é considerado padrão ou aceitável. Há muitos “diagnósticos” de loucos espalhados por ai, muitos dos chamados loucos o são assim taxados por pensarem e por proporem o que a maioria apenas desconhece e em muitos casos tem medo de ter contato, mesmo que concordem.

No mundo de Huxley, um personagem ganha destaque, um rapaz, cujo nome não me recordo gora, vive na referida colônia onde os costumes assemelham-se a nossa realidade. Esse rapaz torna-se uma atração quando aparece perante os automatizados cidadãos do ”mundo novo”, semelhante a um animal exótico é exibido a pessoas de diferentes castas. Por diversas vezes seu comportamento causa espanto nos mortos-vivos que faziam parte a dócil e domada manada que constituía a população do mundo de Huxley.

Não fazia parte da gama de situações consideradas aceitáveis pelos mortos-vivos a ideia de alguem não tomar soma ou questionar autoridades e leis. Nossa realidade não é tão diferente da fantasia de Huxley. Diariamente somos bombardeados com informações inúteis cuja única utilidade é nos entreter, nos cegar, nos fazer olhar para o lado. Notícias sobre as tão inúteis celebridades, que ganhou o BBB, quem se casou com quem, que se separou de quem. Emissoras e TV como a Rede Globo, manipulando dados para no fim, assim como todas as “fontes de informação” acabarem passando a opinião de quem manda da empresa e jogando algo a esmo como “damos prioridade a verdade”, para ver se alguem acredita, e o pior é que acreditam.

Nossos “oxigênios” são limitados na maior parte de nossas vidas, mentalmente somos sempre direcionados a algo que só posteriormente, quando tudo já está muito arraigado em nossa mente, chegamos a questionar. São muitos os fatores que contribuem para o atual quadro de nossa realidade, dentre elas nossa covardia e preguiça, inclusive de você que agora lê esse texto, que possivelmente vai concordar com o que digo, ou não vai concordar tambem, mas de um jeito ou de outro não farão nada para mudar o que ocorre todos os dias. Sua covardia leitor faz com que todos os dias você seja roubado e, aliada a nosso direcionamento, você não fará nada por que até isso já é visto como algo que não pode ser mudado. O admirável mundo novo não é nada admirável, nós o vemos todos os dias, a diferença é que ele não termina quando fechamos o livro.

Rodrigo Oliveira


Real ou Ilusão?

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| sábado, 23 de abril de 2011
Pensamentos constroem vidas, mas só se saírem da mente. Se eles permanecerem lá, serão apenas imaginação e nada mais. Viver entalado no mundo da lua só trás depressão e tristeza.
As pessoas hoje não se prendem no mundo da lua, mas sim, mo mundo cibernético. Para ser mais exato a, a internet. O coração está lá, apaixonado por uma pessoa na qual nunca viu na vida, nunca sentiu o cheiro e muito menos sentiu a pele.
Viva o presente, as pessoas que estão ao seu redor e pare de pensar apenas naquilo que poderia ser ou como poderia ser.
Viva.

“Quando estamos sonhando, tudo parece normal só quando acordamos é que percebemos que havia algo errado”

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| sexta-feira, 11 de março de 2011




Por quantas vezes não nos vemos na situação de acordar incomodado, excitado ou até mesmo feliz com o que foi visto e “vivido” num simples sonho? Perdemos as contas. Porem um simples sonho é fácil de resolver, basta acordar, mas e quando já estamos, ou deveríamos, estar acordados?
Dias, meses e anos imersos em planos, sonhos na verdade, que ao longo do caminho vemos que estão sendo perseguidos por nós de maneira errada, e nesses casos o despertar é sempre lento e desgastante. É muito romantismo achar que TODOS, sem exceção de caso, os sonhos serão realizados se simplesmente corrermos atrás, ninguem ganha sempre, somos humanos e é da natureza humana a fraqueza tanto quanto a força.
Tão valoroso, e mais inteligente, quanto nos dedicarmos a uma causa e reconhecer quando uma causa é perdida ou indigna de nossos esforços. É sempre muito importante saber a diferença entre sermos persistentes e simplesmente teimosos. Por muitas vezes temos o medo de mudar de direção, ou até mesmo de voltar, quando assim o é necessário.
Por fim, creio que posso finalizar simplesmente lembrando o enorme espaço de tempo que muitas pessoas perdem apenas sonhando quando se conformam com a então atual situação e não admitem que, bem no fundo de seus íntimos, ainda continuam com o velho romantismo de achar que por obra de alguma orça superior serão salvos desse poço de inercia e total falta de atitude onde a pedra que os puxa para o fundo tem o enorme peso da covardia.

Rodrigo Oliveira

Autoconhecimento pela via dos desafios

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| sexta-feira, 4 de março de 2011
É pessoal, estou em falta com o blga e já faz muito tempo, não vou prometer voltar agora, até por que não sei se vou conseguir mater o rítmo de antes, pelo menos por hora, mas estarei sempre criando e deixando minha marca aqui. Espero que gostem do texto.
Quem sou eu? Até onde posso ir? Quanto posso suportar? O quanto sou forte ou fraco? Perguntas que simples meditações e atos que se enquadram no campo da rotina não podem responder.
Outro dia me dei conta de que estou muito limitado, como um cavalo que, puxando uma carroça, tem sua visão periférica bloqueada por que para sua função só interessa que este veja o que está a frente, e logo me vem a dúvida se sua função limita sua visão ou sua visão limitada limita seu campo de atuação.
Creio eu que um pouco dos dois, sem ampliarmos nossa visão não vemos outros caminhos, outras alternativas, mas volta e meia, o caminho que escolhemos, mesmo que seja temporário, apenas um atalho, limita tambem nosso campo de visão.
Levando tudo isso em conta, chego a conclusão de que parar, em todos os sentidos, é o mesmo que se negar, se ignorar e se desprezar. Devemos sempre estar a procura de desafios, procurando sempre nos superar, tendo como resultado o autoconhecimento.
Nós homens procuramos preencher, esse vazio o tempo todo e quando não conseguimos nos escondemos por trás de bebedeiras, estereótipos e outras maquiagens. Creio que assim como eu, muitos tem a ideia de quem querem ser, e na maior parte dos casos, como o meu, esse cara é diferente do que vemos no espelho todos os dias, não falo da aparência apenas, mas do cara que todo dia age de um jeito quando quer agir de outro diante das mais diversas pedras no meio do caminho, o cara que muitas vezes reclama da vida sentindo pena de si mesmo. O cara que as vezes nem sabe o que quer.
É preciso sempre se desafiar, ver até onde pode ir, o quanto aguenta, seja para descobrir que é forte, ou até mesmo fraco, mas sabendo quem é de verdade. Lembro de já ter mencionado Shakespeare em alguns textos meus, mas uma passagem de um dos seus textos aqui se faz um encaixe perfeito, quando em meio a dificuldades só sabemos lamentar em meio a sucesso só sabemos relaxar e nos acomodar, “Mas as dádivas são traiçoeiras e nos faz perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar”.


Rodrigo Oliveira

Feliz 2011

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| sábado, 1 de janeiro de 2011
Bom, após um período conturbado eis que volto a deixar aqui minha marca. 2010 foi um período onde fiquei muito ausente no blog, mas inicio 2011 com esse post para vc.
Espero que em 2011 as promessas não sejam substituídas por justificativas que disfarcem nossa inércia, quem em 2011 toda a felicidades buscadas sejam alcasada só até a metade, para que possamos sempre ter algo pelo que lutar e trabalhar. Espero por fim que em 2011 possa me fazer mais presente e possamos continuar aqui nosso sarau.
Feliz 2011 a todos.

Se desligar não é uma opção

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| sábado, 30 de outubro de 2010


Eis que depois de tanto tempo eu estou de volta, quero pedir desculpas pelo tempo de silencio, mas foi um período conturbado tanto por falta de tempo quanto por falta de ideias rs. Bom, mais uma vez venho aqui mostrar alguns de minhas conclusões quanto a reflexões sobre assuntos que dizem respeito a todos. Abrigado por nos acompanhar. Espero que gostem.


Vivemos numa sociedade onde o hábito é sempre o da exteriorização da responsabilidade. Fazemos isso o tempo todo com relação a política, segurança, nossos direitos e demais questões que envolvem o grupo como um todo, mas não fazer nada tambem tem consequências.
Diariamente nos enroscamos numa teia, uma rede invisível, porem forte, já tão forte que, como uma infecção sem controle, chegou as entranhas de nossa sociedade, nosso cotidiano. Trata-se de um sistema quase que auto-sustentável, quando um elemento cai, outro ocupa seu lugar e a atividade segue em frente, já não sabemos bem em quem confiar visto que os que deveriam nos proteger tornam-se tão ruins quanto os que eles dizem combater, os honestos, na grande maioria das vezes tem sua voz abafada, isso por que em muitas vezes eles lutam sozinhos.
Trata-se de um jogo onde até agora preferimos nos posicionar como muda e estática plateia, observando um tabuleiro de xadrez onde Reis, Rainhas, Bispos, Torres e Cavalos não se movem nunca, se escondem atrás de peões, estes parecem intermináveis, sempre se renovando e a frente de todas as ações, pelo menos aparentemente, visto que são os únicos que mostram a cara. Nesse tabuleiro as cadeiras dos jogadores estão vazias por que escolhemos não ocuparmos nosso lugar, movimentando as peças, as peças acabam se movendo por conta própria.
No meio do fogo cruzado aceitamos a condição de refém nos acovardando e usando o “escudo” da reclamação, distanciamento e pretexto de impotência para justificar nossa inércia ante os problemas que são de todos. A sociedade não compartilha, trás em sua mente, e em grande parte o fato e não somente a ideia de que somos um grupo, a ideia da coletividade, de que ninguém usa a cidade sozinho, ninguém é totalmente independente. O medo, principal ferramenta do sistema contra nós, parece ter perdido sua forma de agir de maneira mais imediata, mais rápida, parece agora ter se tornado algo permanente, um parasita que se fixa em todas as idéias que precedem nossas ações, algo constante e agora quase que cultural. Sempre com medo de punições, mesmo que nossas ações visem o exercício de nossos direitos, aceitamos o papel de vitima.
Sabendo que somos um grupo e que nossas ações por muitas vezes não afetam somente a nós, seria perda de tempo falar de direitos sem tocar na questão dos deveres, algo do qual tambem insistimos em fugir.
Não fazer nada tambem tem consequências, se omitir não é uma opção, comportamo-nos como se estivéssemos num curral, limitados, conformados e de certa forma já sabendo qual é o fim que se aproxima.
Rodrigo
P.S: Tive como base, para as ideias aqui expressadas, o recentemente lançado filme "Tropa de Elite 2" para escrever esse texto.

Cabeça Fora do Lugar

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| sábado, 28 de agosto de 2010

A noite chegou e com ela vem a solidão e a inspiração.
Cada sentimento retraído torna-se forte e poderoso
Gritos de silêncio invadem meus ouvidos
O cheiro da brisa é forte e corrosivo como ácido sulfúrico
O vômito cerebral saiu pela boca e se tornou palavras
Abraço, aperto e beijo meus sonhos irreais
Vejo meus amigos e inimigos imaginários apontando para mim
Há dias que choro e outros que estou sorrindo
Sou apenas um ser e nada mais para ser importante
Um mortal igual a você ou qualquer outra pessoa
Sou arquiteto da minha alma e não da sua ou de outra pessoa
Sigo meu destino sem pensar ou olhar para trás, apenas vivo
Não espero nada de ninguém, luto pelo que é meu
Tenho esperança de que meus filhos sejam melhores que eu
Vivo a ilusão de andar por caminhos impossíveis

Daniel lima

... E Não Desisto

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| sábado, 3 de julho de 2010

As vezes pensamos que nada muda, mas na verdade somos nós que não damos o devido valor ou importância para tal fato. Devemos observar a tudo e a todos, pois a vida pode ser decidida em um pequeno detalhe que está escondido intrinsecamente nas entrelinhas.
Olhe para os lados e não esqueça que nunca estamos sozinhos, sempre existe alguém que nos olha como um detetive ou apenas passa como uma leve brisa que simplesmente sentimos e não tocamos. Forças superiores ou inferiores estão sempre nos cercando e nos envolvendo. Particularmente prefiro as superiores.
Elas nos ajudam quando estamos tristes, felizes, pensamos em bobagens que só irão nos prejudicar e fazer as pessoas que nós amamos sofrer e outras. O importante é não desistir e continuar de pé sem pensar em desistir ou sentar no canto e esperar que caia do céu as melhores oportunidades do mundo.
Tenho certeza que a cada momento que se passa, o futuro que esperamos é na verdade daqui a um milésimo de segundo, pois, o que passou não voltará. A máquina do tempo é uma coisa que, na minha opinião, o homem não conseguirá criar. Há coisas que são impossíveis de se aplicar na realidade, acontecem apenas em filmes como De Volta Para o Futuro. Não viva em um filme, seja realista.

Daniel Lima

... Continuo ...

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| quarta-feira, 19 de maio de 2010



Estava parado no tempo enquanto o tempo corria
O segundo que acabou de passar não volta jamais
Agora sigo em frente sem olhar para o passado
Sem saber onde estou indo, sigo uma trilha desconhecida
Sei apenas que estou cada dia melhor
Mais a frente, escreverei uma carta para o passado
Tenho certeza que não serei respondido, mas escreverei
Meus pensamentos é quem detona minha vida
Tentarei ser o melhor possível como sempre fui
Mas não garanto que dessa vez estarei sozinho
Ela sempre esteve do meu lado e eu não enxergava
A cegueira espiritual limitou a visão dos meus sentimentos
Será que não estou me enganado mais uma vez?
Bem, só depois de apostar é que vou pagar para ver.

Daniel Lima

As fotografias matam minhas memórias

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| domingo, 25 de abril de 2010

Eis que volto a deixar minha marca aqui depois de muito tempo e acreditem, lamento por isso. Bom, mais uma vez, parando para refletir eis que nasce mais um texto. Parido a partir e reflexões sobre coisas corriqueiras, fotografias. Espero que gostem.


Um momento especial, num local especial, a paisagem completa em sons, imagens e cheiros, não são percebidas, captadas como devem ser, afinal basta que depois vejamos a foto. Fotos são instrumentos úteis de recordação, mas que limitam nossa percepção, são tambem bengalas, nas quais nos apoiamos quase que compulsiva e viciadamente. Corremos demais, falamos demais, vivemos pouco, observamos pouco e por isso, percebemos pouco.

Tento lembrar de algo, um momento do qual tenho boas recordações, mas é como se faltasse algo, como uma lembrança incompleta, uma imagem editada, não sei o que é, não me preocupei em guardar, "me passa as fotos por email depois!", é sempre assim, não lembramos bem, guardamos.

Fotografia nos anestesia, diminui nossa capacidades de sentir, observar e absorver cada momento. Imagine a seguinte situação, uma despedida, a princípio definitiva, o que vale, cria vínculos e marca mais, o flash ou o abraço? Fotografia é retrovisor, mostra algo distante, mas que devido a velocidade não notamos como deveríamos. Fotografia não tem som, não tem brisa e nem tem cheiro. Fotografia é fria e ao contrário das nossas memórias não as carregamos conosco todo o tempo. Foto não é fato, foto mostra o que foi.

Fotografias são boas, mas apenas artifícios. Não deixemos que os flashs nos ceguem, como sempre nunca deixem "de ouvir com outros olhos" (TM), vejam de verdade, sintam.


Rodrigo

Eu

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| terça-feira, 23 de março de 2010


Sigo meu caminho, sigo só, sem ninguém para atrapalhar
Ando em passos pequenos, mas às vezes longo
Não tenho pressa, mas queria que viesse o mais rápido possível
Tenho sede, mas desejo apenas algum lugar para descansar
Correr não adianta, mas não precisa ser devagar demais
As vezes sinto que estou parando no tempo e no ar
Isso só me prejudica, deveria está caminhando em alguma direção
Sigo um rumo sem saber o destino, sem saber o caminho
Outras coisas e pessoas me completam, mas estou sozinho
Continuo seguindo só, sem precisar dar explicações
Sem precisar dizer para onde vou, com quem e o que irei fazer
Congelando meus pensamentos, vejo a terra girar

Daniel Lima
| segunda-feira, 8 de março de 2010
Bom, algumas datas, não deixamos passar aqui no blog. Estou hoje aqui pra dar os parabens a todas as mulheres que frequentam o Sarau, e as que não frequentam tb. Desejo a todas vcs tudo de bom e muitas felicidades. bjos
Rodrigo

Estou presente em todos

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| quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Após um período em silêncio, eis que retorno. Faz um tempo que não venho deixa aqui minha marca, mas finalmente as ideias me voltaram rs. Nesse texto falo de algo sutil e com o passar do tempo vista de uma maneira equivocada por nós. Espero que gostem.

Estou presente em todos;

Mas em muitos fui sendo morta aos poucos.
Com o passar do tempo fui sendo vista de uma maneira modificada e errada;
Mas em essência continuo inalterada.
Dizem faço as pessoas chorarem e fraquejarem;
Na verdade só me faço presente para elas enxergarem.
Não mostro o que se lê nas primeiras linhas;
Indico-lhe as entrelinhas.
Você não precisa de mim para ver o que está exposto;
Mas observando bem os olhos, revelo-lhe o que se esconde atrás de um rosto.
Sua pele não precisa de mim para sentir um vendaval violento;
Mas faço com que sinta a sutileza de uma brisa que passa num breve momento.
Você não precisa de mim para notar a gritaria de um louco varrido;
Mas para notar o que, não em palavras, está sendo dito.
Estou presente em todos, mas não necessariamente sou uma personalidade ou identidade;
Eu me chamo, sensibilidade.


Rodrigo

Estão enganando você

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| sábado, 2 de janeiro de 2010
Não é novidade para ninguem que a TV nos engana, e muito. Tambem não é novidade que eu sempre critico a TV, mas um caso em especial mostra que o que ocorre na frente das câmeras é mais falso do que pensávamos.

Fim ,de ano, tempo de festa, fraternidade e boa vontade correto? Normalmente sim, mas nem sempre, a mesquinharia e prepotência de certos "formadores de opinião", não a minha, fazem com que nos perguntemos até onde vai a falsidade de certos indivíduos. Alguns devem ter visto que no Jornal da Record, com Boris Casoy, ao dar a notícia do prêmio da MEGA-SENA o facínora (sim, um trapaceiro que engana a todos) do Boris Casoy esqueceu que o microfone estava ligado e expressou com clareza a sua preconceituosa, burra e prepotente opinião a respeito do que ele mesmo chamou de "o mais baixo na escala do trabalho", os garis.
Vemos todas as noites ele dar notícias de todos os assuntos possíveis, mas daí me vem a pergunta, será que sempre depois de uma notícia de tragédia ele não cai na gargalhada? Por que ao que parece ele se julga superior, não me surpreenderia saber depois que ele faz comentários do tipo "hahaha bando de favelados, não tem onde morar e agora vem o barranco por cima num dia de chuva, bem feito". Pessoas o veem e pensam "esse cara é sério, sempre critica tudo que tá errado" e o seu bordão "isso é uma vergonha", agora serve muito bem para se referir a ele mesmo. E tambem não vai me surpreender quando, num tentativa de enganar mais uma vez, ele surja com um falço pedido de desculpas. Deixem os microfones ligados e vejam como ele estará sendo "sincero" quando as câmeras forem desligadas.
Preconceito nunca vem junto com inteligência, já havia dito isso e reforço. De que adianta uma grande carga de informação sem uma boa formação? Certos indivíduos simplesmente ao longo da vida se armam, colecionam artifícios para fazer a mais perfeita máscara, para esconder a verdadeira face, tal qual um fantasma da ópera que se mostra apenas pela metade.
O que faz com que alguem se julgue superior aos demais ou ao resto como alguns preferem chamar? Dinheiro? Bom, dignidade e carater não se compra. Estatus social? Isso só devia ser dado a quem merece. Entrada franca em festas glamourosas? Tal futilidade com certeza agrada aos vazios.
Resolvi fazer esse texto por que me indignou o fato de um sugeitinho como aquele, seguir enganando a todos durante todo tempo e atrás das câmeras simplesmente rir dos outros como se todos fossem palhaços que servissem para sua diversão.
Boris Casoy esquece que, nos bairros de luxo, cujos moradores abastados comportam-se como se não tocassem o mesmo chão que nós, como se fossem divindades, não haveria tanta beleza se não fosse o gari "do alto de suas vassouras", como ele mesmo fala, para limpar as ruas e calçadas, não haveriam os belos jardins se não fossem os jardineiros, para cuidar e nem suas belas casas sem os pedreiros para construir. Ele esquece que esse país não é mantido por ele, por que ele não conserta nada, não participa da manutenção de nada. É um pássaro de bela plumagem vivendo em sua gaiola, algo para apenas ser visto, algo que possivelmente não vê a realidade por que seu horizonte é limitado, está preso a preconceito, prepotência e falso senso de poder.

Aos que se interessarem em ver o vídeo o link se encontra abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=0H9znNpeFao
E o pedido de desculpas
http://www.youtube.com/watch?v=AXg6L9OtMTY

Rodrigo

2010

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| quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
É isso, completamos mais uma volta ao redor do sol, vais-se 2009 e vem 2010. Espero que todos vcs tenham uma ótima virada de ano e que 2010 seja muito bom. Feliz ano novo a todos!
 

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